Apto de arquiteto, colorido e cheio de arte
Projetado pelo arquiteto Tiago Queiroga, sócio do escritório NovePontoUm Arquitetura, para ser sua nova moradia, o Loft Solar é um apartamento de 55 m² localizado no marco-zero de Belo Horizonte, MG, Brasil: o Bairro Boa Viagem, composto por apenas 10 quarteirões que circundam a tradicional Igreja da Boa Viagem.
Para conferir a sensação de amplitude, todos os seus ambientes foram integrados (cozinha, sala e quarto); daí o seu "conceito" loft; ficando reservados apenas a área de serviço e o banheiro do apartamento.
Como uma folha em branco, esse apê foi entregue pela construtora com a laje nervurada aparente no teto e esse elemento se tornou o ponto de partida para o projeto: "Tomei partido da laje e dos eletrodutos aparentes para usar uma iluminação a partir de trilhos eletrificados e para trazer elementos industriais para o projeto como as cadeiras Tolix, a estante em serralheria, que separa a sala do quarto, as persianas de alumínio e, na minha opinião, as cerejas do bolo: uma gravura de Eduardo Sued, suspensa por dois cabos de aço no meio do apartamento e a impactante tela de 1,30 x 1,30 m de Renata LaGuardia, cujos tons de vermelho parecem ter sido criados para sobrepor o tom de azul escolhido para as paredes", conta Tiago.
CORES A SEU FAVOR
Ousadia também não faltou para a escolha da cor que cobre todas as paredes do apê: um tom de azul marinho que valorizou as bancadas em pedra-sabão da cozinha e fez contraponto com o piso vinílico claro, criando uma atmosfera masculina e intimista no imóvel que possui abundante luz natural, proveniente do seu janelão de 6 metros que rasga toda a extensão do apartamento e descortina a vista das palmeiras da alameda central da Praça da Liberdade, um cartão postal da cidade.
O aconchego ficou por conta dos móveis em madeira freijó, o banco em pranchão de demolição que faz as vezes de mesa de centro e os tecidos de linho claro do sofá e da poltrona. No quarto, a cama toda estofada em lona estonada é o ponto alto do espaço, junto da obra de Jade Marra acima da cabeceira.
Por fim, não posso deixar de destacar os objetos afetivos distribuídos pela estante divisória e que compõe toda a memória do seu morador (e criador): o violino e o mata-borrão que eram do avô, a miniatura de automobilismo, uma das paixões do arquiteto, e, no quarto, os sutis quadros abaixo da janela que emolduram fotos de viagens feitas: na altura dos olhos de quando se está deitado. A-do-rei!
Fotos: Henrique Queiroga
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