O projeto de Samuel Lamas batizado de Casa 28 tira partido das cores terrosas do semiárido brasileiro e cria um jogo volumétrico permeado de jardins e em harmonia com a exuberância do Cerrado.

Aço, concreto, vidro e madeira, cores de terra e paisagismo com espécies nativas entraram em cena para atender à família que buscava tranquilidade e conexão com a natureza mesmo estando a 10 minutos do Congresso Nacional de Brasília. A casa construída ocupa pouco mais que10% do terreno de 7.000 m² e aposta em generosas aberturas para garantir iluminação natural. A luz do sol, por sinal, ganhou papel de destaque, pois o assentamento da residência no terreno, com janelas voltadas no sentido Leste-Oeste e paredes Norte-Sul, conferiu um ar dramático ao amanhecer e ao por do sol.

EM HARMONIA COM A NATUREZA...

As extensas paredes da casa foram revestidas com argamassa polimérica e definem espaços fluidos com aberturas posicionadas em todas as direções. Na ala íntima, que fica preservada, as três suítes com varanda e pergolado metálico para trepadeiras são independentes e voltadas para o nascente. As cores e materiais usados encontram respaldo na paisagem. O piso de ladrilho hidráulico e as paredes revestidas de fulget tem a cor da terra avermelhada do lugar, o forro de ipê confirma a sensação de pertencimento ao local e a estrutura metálica da cobertura e os pergolados em aço cortén se mimetizam na vegetação. Três tapetes de ladrilhos hidráulicos foram colocados onde uso do tradicional tapete de tecido não seria prático: entrada, cozinha e sala de jantar. Próximo à varanda, sob o antigo Jatobá, se encontra a piscina ladeada pelo deck de madeira.

PEGADA SUSTENTÁVEL

Uma das preocupações do projeto foi a questão sustentável. A água pluvial, por exemplo, é coletada pela cobertura é direcionada para um reservatório subterrâneo que serve à irrigação do jardim durante a seca. Painéis solares também aquecem a água da residência e a piscina o ano todo. As janelas basculantes em todos os cômodos permitem constante ventilação cruzada e dispensam o uso de ar condicionado.

Para seu interior, peças autorais desenhadas pelo arquiteto Samuel Lamas e mestres do design nacional e internacional como Sergio Rodrigues, Tenreiro, Geraldo de Barros, Zalszupin, Jean Gillon, Lúcio Costa, Lina Bo Bardi, Irmãos Campana, Vico Magistretti, Achile Castiglioni, Antonio Bonet, Charles Eames e Pollock.

Fotos: Haruo Mikami